13 de Agosto de 2025

IA nas Linhas de Nazca: como algoritmos estão acelerando descobertas arqueológicas históricas

Por que este assunto importa?

As Linhas de Nazca, imensos geoglifos traçados no deserto do sul do Peru, intrigam a ciência há quase um século. Mesmo com décadas de sobrevoos e inspeções em campo, o ritmo de novas descobertas vinha caindo. A chegada da inteligência artificial mudou o jogo: modelos de visão computacional varrem massas de imagens em alta resolução e indicam, com precisão crescente, onde escavar e validar em campo. Em 2024/25, isso levou a uma “virada de chave” em escala rara para a arqueologia.

O que a IA já descobriu em Nazca?

  • 303 novos geoglifos figurativos validados em cerca de 6 meses: um estudo publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) relatou que um sistema de IA aplicado à região de Nazca indicou alvos que, após verificação em campo, resultaram em 303 novas figuras, quase dobrando o total de geoglifos figurativos conhecidos até então. Muitas são pequenas e em “baixo-relevo”, retratando humanos e animais, e ajudam a diferenciar usos rituais (linhas maiores) de marcas possivelmente ligadas a circulação local.
  • Cobertura e velocidade sem precedentes: veículos como The Guardian e Phys.org destacaram que a combinação IA + drones + imagens aéreas de alta resolução permitiu mapear vastas áreas em meses, trabalho que antes levaria anos, e revelar contextos culturais entre Paracas e Nazca.
  • Descobertas contínuas: a Universidade de Yamagata, principal referência acadêmica no tema, vem anunciando lotes adicionais de geoglifos com suporte de IA desde 2019 (142 figuras), avançando em 2023 com estudos de viabilidade em deep learning e, mais recentemente, com novos conjuntos identificados em campo com apoio da IBM Research.
  • Atualizações de 2025 na imprensa japonesa: veículos como The Asahi Shimbun e The Japan Times noticiaram novas descobertas (≈248 geoglifos) comunicadas por Yamagata, usando IA para selecionar alvos a partir de fotografias aéreas (2023–2024) e posterior verificação em campo. 

Como a IA é usada (do pixel ao sítio arqueológico)

  1. Aquisição de dados: Fotos aéreas de 10 cm/pixel (aviões) e imagens de drones (<10 cm/pixel) alimentam pipelines de visão computacional. Onde cabível, imagens de satélite complementam a cobertura.
  2. Modelos de detecção: Algoritmos de object detection (p. ex., arquiteturas do tipo YOLO/Faster R-CNN) são treinados/ajustados com geoglifos já conhecidos, patches rotulados e técnicas de transfer learning para lidar com ruído, sombras e texturas do deserto. (Detalhes metodológicos em artigos da Universidade de Yamagata no Journal of Archaeological Science).
  3. Humano no loop: A IA produz heatmaps e candidates. Arqueólogos priorizam os mais promissores e validam em campo, a etapa crucial que separa artefatos reais de pareidolias (falsos positivos). Os achados confirmados são medidos, datados e comparados com o corpus existente.
  4. Interpretação e conservação: Com mais amostras, surgem padrões: temas figurativos por rota, diferenças entre “linhas de peregrinação” e geoglifos menores, e hipóteses sobre mensagens/“sinalizações” locais. A IA também serve para monitorar ameaças (erosão, obras, invasões) com varreduras periódicas.

Impactos científicos: do “onde está?” ao “por que existe?”

  • Hipóteses culturais mais robustas: o aumento do número de amostras permite análises estatísticas de temas, tamanhos e técnicas (“line-type” vs. “relief-type”), aproximando função e contexto cultural. 
  • Eficiência de campo: a IA direciona equipes a poucos pontos com maior probabilidade de sucesso, otimizando verbas e tempo.
  • Ciência aberta e interdisciplinar: parcerias entre universidades (Yamagata), centros de pesquisa (IBM Research) e especialistas em sensoriamento remoto estão se tornando baseline para arqueologia em larga escala. 

Limites e próximos passos

  • Dependência de dados de qualidade: sem imagens de alta resolução e bom ângulo solar, a acurácia cai.
  • Generalização: modelos treinados em um subset do deserto podem não captar variações geomorfológicas de outras áreas; continuamente, novas rotulações são necessárias.
  • Validação in loco é indispensável: IA não “descobre” sozinha — ela prioriza. Cada geoglifo precisa de confirmação em campo e análise estratigráfica/contextual.

Linha do tempo essencial


2019: Yamagata anuncia 142 novos geoglifos; IBM divulga colaboração em IA.


2023: Estudo metodológico com deep learning para detecção em fotos aéreas (Journal of Archaeological Science).

2024: Estudo no PNAS: 303 novos geoglifos validados em ~6 meses, quase dobrando o total figurativo conhecido. Cobertura global na mídia.

2025: Imprensa japonesa reporta +248 novos geoglifos comunicados por Yamagata, com alvos definidos por IA e validação em campo (campanhas 2023–2024).

O que empresas podem aprender com o uso de IA em Nazca

  • IA útil é IA aplicada: valor surge quando modelos entram no fluxo de trabalho (priorização, monitoramento, decisão).
  • Parcerias certas aceleram resultados: domínios complexos pedem cientistas de dados + especialistas do assunto.
  • Ciclo contínuo de dados → modelo → validação: feedback loops encurtam o tempo entre hipótese e descoberta.

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