18 de Agosto de 2025
A IA vai roubar empregos? Como se proteger?

Introdução
De um lado, Nicolas Robinson Andrade, diretor da OpenAI no Brasil, afirmou em entrevista ao O Globo que a IA deverá gerar milhões de novas oportunidades de trabalho no país, destacando a criatividade brasileira na adaptação de tecnologias emergentes. De outro, Mo Gawdat, ex-diretor do Google, alertou em entrevista à Itatiaia que profissões inteiras, incluindo programadores, criadores de conteúdo e até gestores estão sob risco de desaparecer em ritmo acelerado.
Essa dualidade entre ameaça e promessa resume bem o cenário atual. Para entender melhor, é necessário olhar para a história da tecnologia, os dados globais sobre IA e trabalho, e sobretudo as estratégias que cada profissional pode adotar para não competir com a máquina, mas se diferenciar por meio dela.
A recorrência histórica: toda revolução tecnológica causa medo
Exemplos históricos de transformação:
- Eletricidade e motores a vapor: extinguiram ocupações artesanais, mas criaram indústrias modernas, engenharias e setores de infraestrutura.
- Automação industrial no século XX: reduziu empregos em linhas de montagem, mas expandiu áreas como logística, manutenção, engenharia de processos e design de produtos.
- Internet e digitalização: acabaram com funções como datilógrafos e operadores de telex, mas criaram profissões como desenvolvedores de software, analistas de dados, especialistas em marketing digital e influenciadores.
O padrão é claro: a tecnologia elimina tarefas, mas abre espaço para novas funções de maior valor agregado. A questão é como se preparar para estar do lado das oportunidades.
O que os dados dizem sobre IA e emprego
Estudos recentes de instituições renomadas oferecem uma visão menos catastrófica do que manchetes alarmistas sugerem.
- Fórum Econômico Mundial (2023): até 2027, 83 milhões de empregos podem ser eliminados, mas 69 milhões serão criados em áreas ligadas a análise de dados, IA, cibersegurança e economia verde
- PwC (2024): até a metade dos anos 2030, cerca de 30% dos empregos globais podem ser automatizáveis. Contudo, esse número varia por setor: manufatura e serviços financeiros têm risco maior, enquanto educação e saúde apresentam menor risco
- Goldman Sachs (2023): a IA generativa pode afetar até 300 milhões de empregos no mundo, mas também pode adicionar 7% ao PIB global pela produtividade que libera
- McKinsey (2024): cerca de 60% das ocupações terão pelo menos 30% de suas tarefas transformadas pela IA, mas poucas funções serão eliminadas totalmente
Ou seja, a ameaça não é de extinção em massa, mas de transformação profunda.
Opiniões divergentes de líderes globais
O otimismo da OpenAI
Para Nicolas Robinson Andrade (OpenAI Brasil), o Brasil pode ser um dos maiores beneficiários da IA, já que possui uma população criativa, habituada a improvisar soluções. Ele prevê que a demanda por profissionais que saibam usar a IA para inovar será um motor de novos empregos no país.
O alerta do ex-diretor do Google
CEOs de Big Tech
- Sundar Pichai (Google) defende que a IA vai criar mais empregos do que destruir, mas ressalta que governos e empresas precisam investir em recapacitação.
- Dario Amodei (Anthropic) acredita que até 50% dos empregos administrativos de nível inicial podem desaparecer em cinco anos, gerando pressão sobre o emprego jovem.
Setores mais afetados pela IA
Segundo o World Economic Forum e relatórios recentes do The Guardian e Business Insider, os setores de maior risco incluem:
- Trabalho administrativo e clerical (secretariado, contabilidade básica, entrada de dados).
- Produção de conteúdo padrão (redação simples, criação de imagens genéricas, tradução literal).
- Atendimento ao cliente de baixo nível (chatbots substituindo centrais de telemarketing).
- Programação de nível inicial (códigos simples já podem ser gerados por IA).
Por outro lado, setores mais resilientes ou até beneficiados incluem:
- Saúde e cuidado humano: médicos, enfermeiros e terapeutas exigem empatia e julgamento humano.
- Educação personalizada: professores que utilizam IA para enriquecer o ensino.
- Construção civil e serviços presenciais: menos suscetíveis à automação.
- Indústrias criativas avançadas: design, inovação e criação de experiências originais, não replicáveis por IA.
A lógica da complementaridade: humanos + IA
Exemplos práticos:
O diferencial humano passa a ser pensamento crítico, empatia, criatividade e capacidade de julgamento ético.
Oportunidades emergentes com a IA
Se algumas profissões desaparecem, outras surgem rapidamente. Já existem cargos que não existiam há cinco anos:
Essas profissões evidenciam que o mercado está mudando, não desaparecendo.
Como se proteger: estratégias para profissionais
Aqui está o ponto crucial: não é sobre competir com a IA, mas sobre aprender a usá-la como ferramenta.
1. Adote a IA no seu dia a dia
2. Invista em upskilling e reskilling
- Alfabetização digital
- Criatividade aplicada
- Colaboração com IA
- Pensamento crítico
- Resolução de problemas complexos
3. Foque em habilidades humanas insubstituíveis
4. Busque profissões híbridas
5. Adote mentalidade de aprendizado contínuo (lifelong learning)
O papel das empresas e governos
Não basta apenas ao indivíduo se proteger. Empresas e governos têm papel essencial.
- Empresas devem investir em treinamento de seus funcionários, adotando uma política de “IA para todos”.
- Governos precisam garantir políticas de transição justa, programas de requalificação e marcos regulatórios que equilibrem inovação e proteção social.
- Educação deve ser reorientada desde a base, incluindo pensamento computacional e alfabetização em IA como competências essenciais.
Conclusão
O verdadeiro risco não está na IA em si, mas na falta de preparo de indivíduos, empresas e sociedades. Quem insistir em competir diretamente com a máquina tende a perder. Mas quem aprender a usar a IA como aliada terá seu trabalho ampliado, não substituído.
Assim como a eletricidade ou a internet, a IA é inevitável. Cabe a nós decidir se seremos vítimas da mudança ou protagonistas dela.
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